quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ausente

Depois de algum tempo sem computador, volto a publicar um pequeno texto no meu pequeno blogue.

Gostaria também de fazer referência à página da JSD Terceira. Não tive opurtunidade de anunciar o lançamento dessa página na devida altura, no entanto, deixo aqui o endereço da mesma.
http://jsdterceira.wordpress.com/

Joel Cardoso

Política Séria


A política, nos termos em que a vemos, deixou de ser há muito tempo o que em tempos foi.
É agora, muitas vezes, um meio de poder. A política não deveria ser um meio de atingir o poder, devia ser, e isso sim, o meio de ligação e acesso de tudo a todos. A política implica a Constituição, a legislação, as normas, a ética e a moral. Apolítica deveria promover o debate de ideias e ideais.

Muitas vezes, em política, ouve-se dizer que se deve “votar nas pessoas” por oposição aos partidos. Ora, na minha opinião, isso poderá ser um erro. Em todo caso, esse tipo de pensamento, poderá ser equacionado quando se fala em política de maior proximidade, como é o caso das autarquias. Poderá ser um erro essa tentativa de colocar o voto nas pessoas, não no partido, pela razão simples de que a política não o é sem ideais. Já não se conhecem os ideais, que se se conhecem, muitas vezes, simplesmente, se ignoram.

Sem verdadeira política, em democracia, não há verdadeiros ideais. Se é verdade que os partidos tem de ter uma abertura, que deve ser cada vez maior, a novos conceitos e termos, que por diversas razões, em outras alturas não entravam na cena política, não é menos verdade que os mesmos devem fazer um esforço para manter os seus ideais mais básicos na consciência partidária. O ideal fez, por diversas vezes, mover o mundo, sendo disso exemplos Roma, França, Alemanha, até mesmo Portugal, nos descobrimentos. Todos os partidos tem de ter o seu quanto de liberal e conservador, todos os partidos tem de ter abertura de consciência que permita que isso aconteça. Por essa razão, a dos ideais, ou pela falta dela, as pessoas não se movem. Deixaram de se importar, não querem saber. A política é dos grandes, não é do povo. Não é verdade. A política foi feita para o povo, pelo povo.

Lembro-me de ouvir falar a minha avó, que a sua mãe, minha bisavó, vestia a melhor roupa no dia das eleições, para ir votar. Isto hoje não acontece, nem é preciso tanto. Bastava ir! Agora, a razão que provoca tal inércia nas pessoas, essa não é sabida, mas eu penso, muito seriamente, que resida nessa ausência de ideais.

Essencialmente, é preciso que as pessoas, todas elas, recebam por parte dos agentes políticos, um estímulo que faça com todos possa voltar a acreditar em política, para que não se siga o mesmo caminho que seguiu há muitos anos. Para isso é necessário que se faça “Política de Verdade”. Enquanto se tirar uma pessoa de um cargo para lá colocar o candidato, para que este possa fazer campanha no poder, e consequentemente apresentar obras e acções concretas, a política nunca será séria.
Joel Cardoso